10 mitos sobre a mobilidade…

O  preconceito existe há tempos. Termina um ano, começa outro, e ele segue firme. Esse comportamento reticente do mercado brasileiro em relação ao mobile vem do desconhecimento, segundo o especialista em mobile marketing e comportamento móvel Marcelo Castelo, sócio-fundador da F.biz.

De mudança para Miami, onde vai liderar a operação da agência em solo norte-americano, ele listou dez mitos que envolvem a mobilidade – e que não passam de mitos.

1) “Tem pouca gente navegando na internet móvel”.
A pesquisa F/Radar de abril do ano passado, feita em parceria entre a F/Nazca e o Datafolha, mostrou que 41 milhões de brasileiros já acessavam a internet por dispositivo móvel naquele período. Castelo estima que, hoje, esse número beire os 50 milhões.

2) “Internet móvel é coisa de rico”.
De acordo com o mesmo estudo, o acesso móvel superou o via LAN houses no país em 2012. A migração das classes C e D para celulares da categoria Web Phone serve como pano de fundo para derrubar esse segundo mito.
“Os usuários desses aparelhos podem acessar a internet por Wi-Fi, 2G ou 3G. Eles só não permitem downloads de aplicativos”, explica Castelo, lembrando que o internauta móvel é muito parecido com o internauta de PC quando se faz o recorte do percentual de usuários brasileiros por classe social.

3) “Acessos móveis vêm do pós-pago”.
O F/Radar de 2012 apontou que o acesso pré-pago é a principal fonte de tráfego para a internet móvel (77%), bem à frente do pós-pago (21%) e do Wi-Fi (2%). Para ilustrar o cenário, Castelo cita como exemplo a sua empregada, que mora numa comunidade carente de São Paulo. “Ela largou as LAN houses porque comprou um Web Phone de R$ 150 parcelado e hoje paga 50 centavos num plano da Oi para navegar durante 24 horas.”

4) “Internet móvel é para donos de smartphone”.
Em abril do ano passado, cerca de 20 milhões de brasileiros acessavam o Facebook – 11 milhões deles em smartphones ou tablets e quase a metade, ou 9 milhões, em celulares mais simples.

5) “Ninguém acessa meu site móvel”.
A F.biz liderou o projeto do site mobile da Netshoes, lançado em outubro de 2011. Hoje, a empresa soma 1,5 milhão de acessos móveis por mês, número que não inclui tablets.

6) “Ainda não é necessário ter um site móvel”.
Para contestar esse item, Castelo cita um estudo do Google, feito em 2012, que mostrou: mais da metade dos entrevistados (52%) acredita que uma experiência mobile ruim diminui as chances de engajamento com a marca.
“Acho que as empresas brasileiras estão entendendo que precisam de um site móvel, finalmente”, diz ele. A audiência do Facebook é ilustrativa: no Brasil, 73 mihões de pessoas acessavam a rede social em dezembro passado, 23 milhões delas no celular. “Esse é um número muito grande. Qual é o canal a cabo, a rádio, a revista, o jornal que tem um público de 23 milhões de pessoas?”

7) “A conexão 3G é muito ruim”.
Aqui, o comportamento do usuário pode amenizar a ressalva do mercado, já que existe outra migração em curso – do desktop para dispositivos móveis, no Wi-Fi de casa, em determinados dias da semana e horários do dia.
“Em casa, cada vez mais a pessoa usa o tablet e o celular, tanto que o pico de uso dos aparelhos móveis acontece nos finais de semana. Essa é uma tendência no mundo inteiro”, observa Castelo. Segundo o F/Radar, os usuários de tablet que acessavam a internet via Wi-Fi eram 54% em abril de 2012.

8 ) “Mobile é só Facebook”.
No ano passado, a audiência do UOL Celular dobrou, chegando a 4 milhões de usuários únicos em setembro.

9) “A tela é pequena, não se pode fazer nada”.
“Dá para fazer praticamente de tudo em mobile, de site móvel a realidade aumentada, passando por geolocalização, que só o mobile permite”, afirma Castelo. Sua agência já criou, no ambiente móvel, campanhas de richmedia para Motorola e banners dinâmicos para Netshoes.

10) “Não dá resultado”.
Para ele, as empresas brasileiras devem fazer o básico em 2013: site móvel e campanhas de mídia. Um bom ponto de partida, diz, é comprar mídia nos veículos em que já se é comprador – a audiência do UOL no desktop e no mobile, por exemplo, consome praticamente os mesmos conteúdos.

“Se eu sou santista, não é porque estou no celular que vou virar corintiano”, Castelo explica, lembrando que o nível de engajamento é maior no mobile. “Como a tela é pequena, 100% da atenção do usuário vai para lá.”

Fonte: Proxxima